Hoje, com a confusão habitual dos dias que antecedem as férias do Natal, precisei de descobrir cassetes virgens para gravar as festas dos miudos. Acabei por encontrar um monte delas dentro das caixas e sem etiqueta, pelo que tive de ver essas todas. Sabem lá as coisas que eu descobri. Festas de aniversário, férias, de natal e de fim de ano lectivo, concertos disto e daquilo, música – na maioria das vezes. Acabei por ficar a ver algumas: pensar em como tinha menos 15 kg, ver as variações de cores e cortes que dava ao cabelo, basicamente a rir-me de mim. E depois vi outra e outra. E percebi que à minha maneira, em todas elas eu era feliz. Não que agora não seja, mas antes era, e nem sequer pensava nisso. A vida era tão reduzidamente simples que (ainda que houvesse motivo) não se abalava aquela existência feliz. A ignorância é a maior parte das vezes, uma benção. Eu até acho que foi a primeira vez que ele saiu comigo a sério, de noite, exactamente com o pretexto de me ver actuar. O Sérgio muito empertigado a dar a nota do seu clarinete, a orquestra a afinar, e não sei como (mas acho que gravado por cima) aparece ele dentro do carro, com aquele sorriso maravilhoso (certinho, lindo) e um brilhozinho especial no olhar, a imitar - entre o riso - aquilo que eu tinha cantado nessa noite.
E se há coisas felizes que me restaram desse tempo, ele e essa canção são duas delas.
16.12.08
As dores de crescer
[Edelweiss... Edelweiss... ]
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1 comment:
Lembro-me perfeitamente dessa noite.
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