21.9.10

momento de clarividência

parece que eu continuo a pertencer ao grupo daquelas que amam de mais.

That's life!



"I've been a puppet, a pauper, a pirate,
A poet, a pawn and a king.
I've been up and down and over and out
And I know one thing:
Each time I find myself, flat on my face,
I pick myself up and get back in the race
."


sobretudo isto: getting-back-in-the-race. é pra já.

27.8.10

é isso.



"If you knew just what to do,
If you knew just what to say,
I will hand it over to you on a plate

If you tell me what you like,
If you tell me what you don't,
I can give you happy hippie...happy time."

23.7.10

"fmsbwtözäu"




























de Raoul Hausmann

quando eu for grande também quero inventar palavras sem significado.

choque

no fim de semana passado, num bar (muito peculiar-adjectivo simpático que eu arranjei-que existe cá na zona) estava eu a rebolar-me toda ao som de uma kizomba qualquer, quando encontrei uma aluna minha na noite.

Não haveria problema algum não fosse ela estar mais alta e com mais copa que eu.

Foi minha aluna no primeiro ano que dei aulas, e aliando a isso o facto de que hoje quando sequei o cabelo encontrei mais uns vinte cabelos brancos (e olhem que eu vejo mal), permitam-me concluir:

é a velhice, senhores.
a velhice.

:)

3.7.10

eu tenho ideias tão boas

muito por existir um court aqui no -1, não descansei enquanto não compramos umas raquetes. Atrás das raquetes, obviamente as bolas e as sapatilhas.

E quer dizer, jogamos uma horita e meia e eu estou aqui que nem posso. Passadas 4 horas o meu antebraço direito ainda treme e não consigo segurar numa chávena de café sem a entornar pelo caminho... :)

Pelo menos parece que para primeira vez, o meu serviço é muito bom. É, mas não sei se opiniões emocionalmente comprometidas contam...

Para a próxima escolho xadrez. Ou golf, que assim tiram-me logo as ideias sobre estes jogos de elite que parece que não dão trabalhinho nenhum mas depois vai-se a ver e incapacitam uma pessoa. ai ai... :)

22.6.10

ʒuˈzɛ sɐɾɐˈmaɣu

assim soa o nome de um sr. importante.

Em 1998 (se os meus alunos ouvissem isto diziam logo "iiiiii, mil e novecentos e quê?? isso foi há muito tempo, ó prof"....), estava eu a acabar de entrar para uma longa e secante aula de história, quando a professora (esquisitóide qb) escreveu no quadro qualquer coisa como - hoje somos Nobel da literatura. Lembro-me que não tivemos aula nenhuma de jeito porque ela falava, falava e só falava daquilo.

Na altura não percebi nada, mas hoje acho bonito o orgulho que a senhora, a quem era dado pouco crédito, tinha.

Então parece que se tem de dizer adeus.
Nunca li nada teu, e sinceramente não sei se vou ler. Mas tens o meu respeito, lá isso tens.

E se der, vai escrevendo por aí, que isto há tanta coisa que muda em 12 anos, que nunca se sabe se um dia te devoro a obra.

17.6.10

ah, é verdade

e a pedido de muitas famílias...


Madrid está na mesma :)

vuvuzela












:D

mais, aqui.

16.5.10

prova de aferição

Vladimir recebeu muitas prendas no Natal, entre livros, discos, jogos de computador, mas gostou sobretudo do equipamento para caçar borboletas. O equipamento incluía uma rede, um frasco de vidro, algodão, éter, uma caixa de madeira com fundo de cortiça, e muitos alfinetes coloridos.

Aquilo deixou-o entusiasmado. Ele gostava de insectos mas não sabia que era possível coleccioná-los, como quem colecciona selos, conchas ou postais, talvez até trocar exemplares repetidos com os amigos. Nessa mesma tarde saiu para caçar borboletas. Foi para o matagal, junto ao rio, atrás de casa, um lugar onde se juntavam insectos de todo o tipo. Já tinha apanhado cinco borboletas, que guardara dentro do frasco de vidro, quando ouviu alguém cantar numa voz de algodão doce – uma voz tão doce e tão macia que ele julgou que sonhava. Espreitou e viu, pousada numa flor, uma borboleta linda como um arco-íris, mas ainda mais colorida e luminosa. Sentiu o que deve sentir em momentos assim todo o caçador: sentiu que o ar lhe faltava, sentiu que as mãos lhe tremiam, sentiu uma espécie de alegria muito grande. Lançou a rede e viu a borboleta soltar-se da flor num voo curto e depois debater-se, já presa, nas malhas de nylon. Passou-a para o frasco e ficou um longo momento a olhar para ela.

– Agora és minha – disse-lhe –, toda a tua beleza me pertence.

A borboleta agitou as asas muito levemente e ele ouviu a mesma voz que há instantes o encantara:

– Isso não é possível – era a borboleta que falava. – Sabes como surgiram as borboletas? Foi há muito, muito tempo, na Índia. Vivia então ali um homem sábio e bom, chamado Buda...

Vladimir esfregou os olhos:

– Meu Deus! Estou a sonhar?

A borboleta riu-se:

– Isso não tem importância. Ouve a minha história. Buda, o tal homem sábio e bom, achou que faltava alegria ao ar. Então colheu uma mão cheia de flores e lançou-as ao vento e disse: voem! E foi assim que surgiram as primeiras borboletas. A beleza das borboletas é para ser vista no ar, entendes? É uma beleza para ser voada.

– Não! – disse Vladimir abanando a cabeça. – Eu sou um caçador de borboletas. As borboletas nascem, voam e morrem, e se não forem os coleccionadores, como eu, desaparecem para sempre.

A borboleta riu-se de novo (um riso calmo, como um regato correndo, não era um riso de troça):

– Estás enganado. Há certas coisas que não se podem guardar. Por exemplo, não podes guardar a luz do luar, ou a brisa perfumada de um pomar de macieiras. Não podes guardar as estrelas dentro de uma caixa. No entanto podes coleccionar estrelas.

Escolhe uma quando a noite chegar. Será tua. Mas deixa-a guardada na noite. É ali o lugar dela.

Vladimir começava a achar que a borboleta tinha razão.

– Se eu te libertar agora – perguntou –, tu serás minha?

A borboleta fechou e abriu as asas iluminando o frasco com uma luz de todas as cores.

– Já sou tua – disse –, e tu já és meu. Sabes? Eu colecciono caçadores de borboletas.

Vladimir regressou a casa alegre como um pássaro. O pai quis saber se ele tinha feito uma boa caçada. O menino mostrou-lhe com orgulho o frasco vazio:

– Muito boa – disse. – Estás a ver? Deixei fugir a borboleta mais bela do mundo.


(texto com supressões)

José Eduardo Agualusa, Estranhões e Bizarrocos

6.5.10

A Catarina quer

que eu seja bonita para sempre.

Eu por mim, vou tentar... :)